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Associação Nacional Artes Marciais (A.N.A.M.)

Testemunhos de alunos da A.N.A.M.

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Esta nova área do site da Associação Nacional Artes Marciais é dedicada à publicação dos testemunhos de alunos da ANAM. Reunimos aqui o registo dos Karatecas que contribuíram com o seu empenho para a criação da associação, mas também daqueles que deram o seu contributo através da formação, sem esquecer todos a quem o Karate conduziu a uma nova forma de estar na vida.

 

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Paulo Almeida Montanha

O Paulo Almeida é um dos alunos do Mestre João Cardiga, com quem estudou nas instalações do AJAX, depois no Salão Polivalente de Odivelas e por fim, nas instalações atuais do Dojo. As duas imagens que gentilmente partilhou representam as primeiras t-shirt da A.N.A.M.

"Há 47 anos eu era um miúdo de 7 e tive um catequista diferente, um jovem bem-disposto, que quando estava bom tempo, íamos jogar futebol para o campo e no meio do jogo transmitia as ideias de paz, bondade e gratidão. De todas as palavras, uma reflexão me marcou " devemos viver em paz sem conflitos tal como Jesus e quando estritamente necessário, dar a outra face como ele deu quando expulsou os vendilhões do templo". Este dar a outra face era um conceito diferente da interpretação comum da igreja. Talvez por isso no 2° ano de catequese já não era ele, talvez por isso me afastei do catolicismo. Talvez por isso o procurei e encontrei acabado de sair do Grupo Recreativo dos Pombais, e treinamos anos nas instalações do AJAX, depois no Polivalente e por fim, nas instalações atuais. Durante uns tempos fui um dos que ajudou a criar esta grande associação, fui instrutor da classe infantil, fui instrutor dos menos graduados. No início eramos meia dúzia de adolescentes doidos e determinados, eu o Eduardo, o Júlio, o Armando, o Luís, o Jorge, o primo dele que não recordo o nome e mais uns outros. Que não cedíamos fisicamente aos treinos extra que o Mestre do nosso Mestre nos sujeitava, umas vezes porque mexíamos um dedo antes de um exame, outras vezes porque nos era dada ordem para ninguém sair pela porta de entrada, no estagio em Sesimbra, e nós não saiamos... Fazíamos rappel pela varanda e íamos andar de kayak na hora de repouso após o almoço...

A vida alterou, o local de morada mais longínquo e ritmo de vida afastaram-me dos treinos de Karate, mas a resistência física e psicológica que aprendemos, essa tem-me acompanhado sempre em toda a vida. O Karaté trouxe-me uma outra forma de estar na vida.

Obrigado Sensei Cardiga

PS: ainda sei e continuo a treinar vários Kata, para além do treino que mantenho e que me ajuda no meu dia a dia."

                                                               

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Dâmaso Sapeira

Comecei os treinos de Karaté nos anos 80, com o Mestre Cardiga, até chegar a 4 º Kiu.

Por motivos profissionais, suspendi a minha atividade.

Decorridos vários anos, passei a residir em Setúbal e frequentei a ASKP, onde fiz alguns exames de graduação.

Temporariamente, voltei a Odivelas e deu-se o reencontro no CKSO (Centro de Karaté-Do Shotokan de Odivelas). Claro que passados tantos anos, os colegas não eram os mesmos, mas o ambiente continuava a ser espetacular e o Mestre Cardiga, igual a si próprio.

De regresso a Setúbal e embora com problemas de “cartilagens” nos joelhos, anca, coluna e também o da idade (68 anos), continuei a frequentar as aulas, atendendo à grande motivação incutida pela Família ANAM e o Mestre Cardiga em particular, que me transmitem nos treinos.

Psicologicamente, obtenho uma força renovada e diferente, direi mesmo, SENTIR-ME VIVO!

Cada um/a obtém do Karaté, aquilo que precisa e, nesta Associação encontrei uma Família e os Valores que o Sensei Funakoshi preconiza.

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Patrícia Pinto

Boa tarde Mestre Cardiga,

Tal como “desafiado” gostaria de deixar o testemunho da vivência que temos tido e sentido em relação ao CKSO.

A minha filha Lara era uma menina (antes dos 6 anos de idade) muito introvertida, insegura de si própria e, pior que isso, era uma criança que não se sabia defender… como se costuma dizer na gíria “comia, calava e chorava”.

Creio que a sua autoestima nessa altura era muito baixa… Foi ela que tomou a iniciativa, aos 6 anos, e me disse “Mamã, quero ir para o karaté para me saber defender” … Até à data, era uma menina que praticava ballet… imaginem só a diferença.

Confesso que ao início não achei muita piada, e adorava que ela fosse praticante de ginástica, seguindo um pouco os passos da mãe (afinal, vemos neles os nossos sonhos).

Como ela quis tanto entrar no karaté, agendei um dia com o Mestre Cardiga para ela experimentar tal desporto… Com muito espanto meu, (e cuja expressão dela nunca irei esquecer), nesse dia saiu da aula de karaté, abrindo a cortina vermelha do dojo e com os seus braços abertos olhou para mim, abraçou-me e disse-me: “Mamã, adorei!”.

A partir desse dia, o dojo começou a fazer parte da vida dela e da dos pais (confesso que o que mais adorava era ver a minha filha nos treinos), infelizmente até isso o Covid nos tirou, mas com certeza juntos sairemos vencedores…

Hoje posso, com toda a certeza, afirmar que é uma menina muito mais calma, concentrada e acima de tudo, já toma a iniciativa de se defender e de ajudar o próximo, o que para mim demonstra que os valores que lhe incuto, bem como todos os valores que ela absorve de tudo o que está à sua volta, nomeadamente os que recebe dos Mestres, são os corretos.

Em tempos de pandemia, e apesar de não ter sido fácil para ninguém, o facto de não terem desistido dos nossos filhos foi, na minha opinião, o que mais os ajudou a manterem-se ativos e, consequentemente, a saúde mental deles não ser tão afetada.

Para nós, enquanto pais, é gratificante ver o empenho de todos vós, mostrando aos nossos filhos que estão na sua “casa”, tal como a minha filha descreve.

Há muito caminho ainda para desbravar pela Lara, mas sinto que o karaté a ajuda em muito e a torna mais “forte”, no sentido emocional.

Agradeço a todos, em especial ao Mestre Cardiga, toda a dedicação dada aos nossos filhos, não deixando ninguém para trás.

O nosso muito obrigado por tudo.

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Ricardo Mateus

17 de junho de 2018, o dia em que tive a confirmação do que já suspeitava e pretendia quando inscrevi o meu filho no CKSO no início do ano letivo 17/18. Foi o dia em que ele fez exame para cinto amarelo e tive a felicidade de ver o resultado do seu primeiro ano de Karaté.

À entrada do 1º ano de escolaridade, o André era um miúdo mais reservado, e eu sentia-o inseguro. Quanto a mim, desde miúdo que tinha a curiosidade de praticar Karaté, mas não tive essa possibilidade na altura.

Sabendo das aulas de Karaté na escola dele, achei que era a oportunidade perfeita para o desafiar, e termos os dois aulas de Karaté! Objetivos: incutir nele mais autoconfiança, aprender a defendermo-nos e obviamente mais uma atividade junto dele a vê-lo crescer…

Voltando ao dia 17 de junho de 2018, vi pela primeira vez o meu filho com um foco e uma concentração como nunca tinha presenciado. Senti, ao longo do ano letivo, que ele se integrou muito bem na escola, e vi que ele estava mais confiante no futebol (que ele adora), na escola e no inglês. Mas uma coisa é ver isso em casa, outra é ver pessoalmente. Para mim, aquele exame foi perfeito. Vi-o naquele dia como nunca o tinha visto.

Desde então, o André já se defendeu sozinho na escola, é um puto mais focado e confiante, e como pai, é para mim um orgulho ver o que o Karaté lhe proporcionou, ainda que ele ainda não o consiga perceber. Só tenho a agradecer a todos no CKSO.

Pessoalmente, o que me cativou no Karaté foi a parte cultural (que aprecio), aliada à preparação física e defesa pessoal. Como disse, o interesse é antigo, mas o timing foi determinado pelo André. Confesso que alimento o sonho/objetivo pessoal de fazer exame para cinto negro com ele. Não sei se algum dia acontecerá, mas seja o que for que o futuro traga, o que interessa realmente é o caminho e não o fim. E fazê-lo com ele seria especial. Mas, mesmo que tal não se proporcione, acho que, tal como tantas outras coisas que gosto de fazer, o Karaté veio para ficar.

Oss!

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